domingo, 1 de novembro de 2009

Dabke's Class


Os olhos míopes do observador que sou vivenciam todos os dias experiências diferentes. Desta vez foi em um domingo fervente de verão, uma tarde que se mostrou bastante proveitosa e diferente. O convite inusitado de um amigo me trouxe algumas novas versões de mim mesmo.

A começar pelo lugar: paredes de um laranja energizante; um ' Tutancâmon ' sobre um bebedouro e almofadas em frente a um espelho. Ísis e Hórus guardavam as costas da dança. A música? Era deliciosamente delirante. Muitas das quais eu nunca havia ouvido, mas que com certeza me conquistaram...

Eu descobri que a sensualidade pode existir sem se tornar vulgar, e que corpos perfeitos nem sempre são bem definidos. Independentemente de suas limitações físicas você pode ser o auge em uma dança do espírito. Aquele era o mundo dos 'diferentes'. Diferentes até mesmo dos próprios diferentes, que terminam por tornar - se iguais - estes não. Não poderiam classificar - se como comuns e nem mesmo agrupar - se em grupos. Eram templos, na dança e no movimento.

A professora sorria tanto quanto respirava, seu corpo exalava a dança. Seu sangue pulsava e sua saia tremelicava, aquele era um barulho de vida. Começo a perceber o quanto as mulheres são poderosas. Ela era toda resignada, mesmo os seus olhos impungiam força e leveza. Era paradoxal e sublimava diante de um espelho - não era a única, estava com outras mulheres. Cada uma tinha o seu charme e dom próprios. Umas mais aplicadas outras mais vulneráveis. Mesmo a delicadeza tem um poder mortal.

Os pés batiam forte no chão, algumas danças tinham a companhia dos homens. Eu não dancei, ainda não sei. Algum dia saberei, apenas não era meu momento. Estavam todos unidos, de mãos dadas. Os corpos suavam em harmonia, não se tem nojo de um Primo (é como se chamam). E isto também faz parte da sintonia. Este é o belo do movimento: a união.

No Dabke, a antiga dança dos soldados árabes, não importa a sua mobilidade física ou sua desenvoltura corporal. Elas podem até ajudar, mas a alegria e a vontade são realmente a essência. Meus olhos brilharam durante as 2 horas que assisti da aula; as palmas marcaram alguns compassos. Espero adentrar essa família. E aprender a dizer bem forte: AYUUAAAA!