Todos temos anseios, paixões, segredos e devaneios guardados dentro de um mundo particular.
Um mundo de paredes bem grossas e intransponíveis, pois o que é transparente se quebra fácil, assim como o vidro.
Temos mundos dentro de nós que nem mesmo conhecemos, nos damos conta, e às vezes eles aparecem, transformando tudo em um eterno revelar.
Às vezes eu tenho medo dos meus próprios mundos, são tão complexos e diferentes; coisas em que somente eu reparo, pensamentos que somente eu tenho, devaneios e mais devaneios, que constroem teses e conceitos, tudo com base em coisas que nem eu mesmo sei de onde originaram.
Esses mundos desconhecidos e tão diferentes me fazem ficar um pouco afastado do mundo real, me fazem ver as coisas de fora e me sentir deslocado. A sensação não é muito boa, mas de certa forma eu me sinto protegido dentro da minha mente.
O modo como eu ajo geralmente não reflete o que eu penso, depois de agir eu reflito, apenas. O arrependimento é sempre uma conseqüência, mas eu não sei agir de outras formas, isso se tornou um vício incurável.
E assim eu passo os meus dias construindo mais paredes desse meu mundo interminável e contínuo, às vezes eu transcrevo algumas paredes, e passo pro papel, outras ainda eu conto à alguém, e como isso causa desconforto eu paro.
Desta forma eu termino, continuando no meu mundo particular, do qual eu acabo de mostrar um pouco.
